Uma prévia do cordel NAS CORDAS DA MEMÓRIA

“Eu nasci em Picuí

O meu nome é Angelina

A minha infância foi fraca

- Uma infância pequenina -

Brinquei com pedra e boneca

Estudar não foi minha sina.

Desejei ser normalista

Vestir uma saia rodada

Aprender a ler o mundo

Cerzir palavras cansadas

Mas só costurei as saias

De tecido, bem barradas.

Foi nos bordados da vida

Minha alfabetização

Com humildade ganhei

Na costura, uma profissão;

E por ser assim, ‘jeitosa’,

Conquistei Sebastião.

Eu me casei aos sessenta

Nunca é tarde para amar

No Abrigo Monsenhor

Decidimos vir morar

Nesse lugar construímos

Com amor o nosso lar.

Sebastião se encantou

Eu fiquei assim saudosa

Mas não deixei de sorrir

E ficar sempre cheirosa

Ele sempre quis-me assim

Delicada como uma rosa.”

Segue até final de agosto o processo de entrevistas com os idosos do Abrigo

A equipe do projeto "Nas cordas da memória" está engajada na tarefa de coletar informações dos idosos que residem no Abrigo de Idosos "Monsenhor Paulo Herôncio", em Currais Novos.

Até o final desse mês, pretende-se concluir as entrevistas com os 29 moradores daquela instituição.

O relato das experiências tem trazido bons resultados, permeados por histórias engraçadas, emocionantes, curiosas e às vezes tristes. As lembranças são um bem precioso que merece ser resgatado e compartilhado.

Essa é a nossa missão!

Dona Geni

Seu Mazarío e Seu Sebastião

Don Angelina e Branquinha

Seu Manoel

Seu Ricardo 

Olá amigos!

Esse blogue foi criado no intuito de divulgar as ações do Grupo Casarão de Poesia realizadas no Abrigo de Idosos Monsenhor Paulo Herôncio, em Currais Novos/RN.

Especificamente, trata das atividades propostas pelo projeto cultural NAS CORDAS DA MEMÓRIA, que pretende contar a história dos moradores do Abrigo em forma de Literatura de Cordel.

Lembrando que o projeto só está acontecendo em virtude do patrocínio do Governo Federal, do Banco do Nordeste do Brasil e do BNDES, através do Programa BNB de Cultura - Edição 2011 - Parceria BNDES.

Bem antes disso, o Grupo Casarão já realizava frequentes visitas aos nossos velhinhos, pra contar histórias, recitar poesias, cantar e conversar. São pessoas que merecem o nosso respeito e toda a alegria que nos for possível transmitir pra eles. Afinal, sem os velhos, o novo não existiria.

A Memória e a Amizade são a chave para a história que une o Casarão e o Abrigo. Tudo temperado com muito amor pela Arte e pela Cultura.

Sejam bem-vindos!